Uma mulher abraça seus filhos na cama e todos sorriem. Eles estão em uma casa de taipa, no quilombo São Raimundo, em Alcântara, Maranhão. Alcântara é a cidade com maior número de quilombolas por habitantes no Brasil, com mais de 200 comunidades e cerca de 85% de sua população se declarando quilombola. Ainda assim os quilombos da região vivem sob ameaça, principalmente por parte do Centro Espacial de Alcântara, uma base de lançamento de foguetes cuja construção começa nos últimos anos da ditadura militar. Esta disputa já levou à remoção de 300 famílias quilombolas de suas casas e resultou em um julgamento do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Crianças brincam de corrida do saco em campo de areia no Quilombo Agrovila Marudá, comunidade criada em compensação pela remoção de mais de 300 famílias quilombolas devido à instalação do Centro Espacial de Alcântara - anteriormente conhecido como Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Nesse processo, que envolveu 152 comunidades, as famílias foram levadas para locais onde era impossível manter seu modo de vida. O que levou o Brasil a um julgamento na Corte Interamericana de Direitos Humanos por violação da propriedade coletiva das comunidades quilombolas da região. Alcântara, Maranhão.
Mãe e filho sorriem um para o outro em um momento de afeto. Ela coloca as mãos sobre o rosto do menino e encosta seu nariz no dele. Vivem na Comunidade Quilombola São Raimundo, situada a cerca de 50 quilômetros da cidade de Alcântara, estado do Maranhão, e formada por aproximadamente 80 famílias. A comunidade já é certificada pela Fundação Palmares como um Quilombo e, até março de 2015, quando o registro da imagem foi feito, o processo de titulação encontrava-se em andamento. Esta comunidade não está na região que foi tomada pelo Centro Espacial de Alcântara - anteriormente conhecido como Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).